sábado, 29 de agosto de 2015

Origem e história do Barroco

O barroco foi uma tendência artística que se desenvolveu nas artes plásticas e depois se manifestou na literatura, no teatro e na música. A palavra barroca tem um significado que representa bem o seu estilo, a ideia de irregularidade. O berço do barroco foi na Itália do século XVII, e se espalhou por outros países europeus. O barroco permaneceu vivo no mundo das artes até o século XVIII. Na América Latina, o barroco entrou no século XVII, trazido por artistas que viajavam para a Europa, e permaneceu até o final do século XVIII.
O barroco se desenvolveu após o processo de Reformas Religiosas, ocorrido no século XVI; a arte barroca surgiu neste contexto e expressou todo o contraste deste período, a espiritualidade e teocentrismo da Idade Média com o racionalismo e antropocentrismo do Renascimento.
Os artistas barrocos foram patrocinados pelos monarcas, burgueses e pelo clero. As obras de pintura e escultura deste período são rebuscadas, detalhistas e expressam as emoções da vida e do ser humano.
O período final do barroco (século XVIII) foi chamado de rococó e possuiu algumas peculiaridades, embora suas principais características são encontradas nessa fase. No rococó existe a presença de curvas e muitos detalhes decorativos, temas relacionados à mitologia grega e romana, e os hábitos das côrtes também apareceram com frequência.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Principais autores e suas obras

- Francesco Borromini (arquiteto italiano): Sant'Ivo alla Sapienza (1650)
- Caravaggio (pintor italiano): Os Jogadores de Cartas (1594)
- Bernini (escultor italiano): Fonte de Tritão (1643)
- Vivaldi (músico italiano): Opus 8 (1723)
- Padre Antônio Vieira (escritor português): Sermão de Santo Antônio aos Peixes (1654)
- Rubens (pintor flamengo): Adoração aos Reis Magos (1609)
- Mattia Preti (pintor italiano): Fuga da Troia (1630)
- Frans Hals (pintor holandês): Jacobus Zaffius (1611)
- Diego Velásquez (pintor espanhol): A Rendição de Breda (1634)
- Pietro de Cortona (arquiteto italiano): Marcello Sacchetti (1627)


Os Jogadores de Cartas (Caravaggio)

 Fonte de Tritão (Bernini)

 Sant'Ivo alla Sapienza (Francesco Borromini)

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O Barroco Brasileiro

O barroco brasileiro teve influência do barroco português, mas, com o tempo, assumiu suas próprias características. Sua grande produção artística ocorreu nas cidade auríferas de Minas Gerais, que ficou conhecido como século do ouro (século XVIII).
 O barroco no Brasil foi um movimento artístico mais importante do período colonial, colocando as ascensão o catolicismo e a fé. Iniciou-se no Brasil em 1601, com a publicação do poema épico Prosopopeia, de Bento Teixeira. Estendeu-se por todo século XVII e início do XVIII, refletindo o conflito entre o terreno e celestial, o homem e Deus, o pecado e perdão, a religiosidade medieval e paganismo renascentista, o material e espiritual que tanto atormentou o homem do século XVII. 


- Dois estilos literários do barroco brasileiro:


Cultismo- Caracterizado pela linguagem rebuscada, culta, extravagante; a valorização do detalhe mediante ao jogo de palavras.

Conceptismo- Marcado pelo jogo de ideias, de conceitos, seguindo um raciocínio lógico, racionalista, usando uma retórica aprimorada.

O barroco também foi chamado de Seiscentismo por ser a estética de todas as manifestações artísticas da época, dominantes no século XVII.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Principais autores e obras do Barroco Brasileiro

- Padre Antônio Vieira: Sermão da Sexagésima (1655)
- Gregório de Matos: Soneto a nosso Senhor 
- Bento Teixeira: Prosopopeia (1601)
- Botelho de Oliveira: Música do Parnaso (1705)
- Aleijadinho: Profeta Daniel (1800)


Profeta Daniel (Aleijadinho)

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Sermão de quarta-feira de Cinzas

"O pó futuro, em que nos havemos de converter, é visível à vista, mas o pó presente, o pó que somos, como poderemos entender essa verdade? A resposta a essa dúvida será a matéria do presente discurso.



Duas coisas prega hoje a Igreja a todos os mortais, ambas grandes, ambas tristes, ambas temerosas, ambas certas. Mas uma de tal maneira certa e evidente, que não é necessário entendimento para crer; outra de tal maneira certa e dificultosa, que nenhum entendimento basta para a alcançar. Uma é presente, outra futura, mas a futura vêem-na os olhos, a presente não a alcança o entendimento. E que duas coisas enigmáticas são estas? Pulvis es, tu in pulverem reverteris: Sois pó, e em pó vos haveis de converter, – Sois pó, é a presente; em pó vos haveis de converter, é a futura. O pó futuro, o pó em que nos havemos de converter, vêem-no os olhos; o pó presente, o pó que somos, nem os olhos o vêem, nem o entendimento o alcança. Que me diga a Igreja que hei de ser pó: In pulverem reverteris, não é necessário fé nem entendimento para o crer. Naquelas sepulturas, ou abertas ou cerradas, o estão vendo os olhos. Que dizem aquelas letras? Que cobrem aquelas pedras? As letras dizem pó, as pedras cobrem pó, e tudo o que ali há é o nada que havemos de ser: tudo pó. Vamos, para maior exemplo e maior horror, a esses sepulcros recentes do Vaticano. Se perguntardes de quem são pó aquelas cinzas, responder-vos-ão os epitáfios, que só as distinguem: Aquele pó foi Urbano, aquele pó foi Inocêncio, aquele pó foi Alexandre, e este que ainda não está de todo desfeito, foi Clemente. De sorte que para eu crer que hei de ser pó, não é necessário fé, nem entendimento, basta a vista. Mas que me diga e me pregue hoje a mesma Igreja, regra da fé e da verdade, que não só hei de ser pó de futuro, senão que já sou pó de presente: Pulvis es? Como o pode alcançar o entendimento, se os olhos estão vendo o contrário? É possível que estes olhos que vêem, estes ouvidos que ouvem, esta língua que fala, estas mãos e estes braços que se movem, estes pés que andam e pisam, tudo isto, já hoje é pó: Pulvis es? Argumento à Igreja com a mesma Igreja: Memento homo. A Igreja diz-me, e supõe que sou homem: logo não sou pó. O homem é uma substância vivente, sensi­tiva, racional. O pó vive? Não. Pois como é pó o vivente? O pó sente? Não. Pois como é pó o sensitivo? O pó entende e discorre? Não. Pois como é pó o racional? Enfim, se me concedem que sou homem: Memento homo, como me pregam que sou pó: Quia pulvis es? Nenhuma coisa nos podia estar melhor que não ter resposta nem solução esta dúvida. Mas a resposta e a solução dela será a matéria do nosso discur­so. Para que eu acerte a declarar esta dificultosa verdade, e todos nós saibamos aproveitar deste tão importante desengano, peçamos àquela Senhora, que só foi ex­ceção deste pó, se digne de nos alcançar graça.
           Ave Maria."
Padre Antônio Vieira

 Padre Antônio Vieira foi um importante religioso, orador e escritor português do século XVII. Atuou, no Brasil, como missionário da Companhia de Jesus. E é considerado um dos principais escritores e oradores sacros do barroco brasileiro. 

A obra lida relata um dos principais dias do calendário Cristão, a quarta-feira de Cinzas. Esta data é símbolo de conversão e de mudança de vida, que recorda a fragilidade da vida humana sujeita à morte, e é o primeiro dia da Quaresma (40 dias antecedentes a Páscoa).
Na Quarta-feira de Cinzas as igrejas aconselham  seus fiéis a fazerem jejum e a não comerem carne. Esta tradição tem como propósito fazer com que os fiéis tomem parte do sacrifício de Jesus. Assim como Jesus se sacrificou na cruz, o fiel também pode fazer um sacrifício, abstendo-se de uma coisa que gosta, neste caso, a carne.
Embora tenha sido escrita em 1672, a obra apresenta os verbos no tempo presente os relacionando com o passado e futuro.
A obra atua em um cenário Católico, na Igreja de Santo Antônio dos Portugueses (Roma), em que o Padre prega o sermão aos fiéis ou cristãos.
O padre usa em seu sermão as pessoas em 1º pessoa do plural em que se refere ao locutor (Padre Antônio Vieira) e os locutários (os fiéis ou cristãos).
O sermão apresenta uma visão verídica e histórica da realidade dos séculos passados.

Conclusão

O Barroco foi um importante movimento literário que influenciou não só a literatura como também influenciou a arquitetura, a pintura e também a escultura no século XVI. Esse período foi marcado pela crise dos valores renascentistas e pelo declínio da Igreja Católica diante da reforma religiosa. As obras barrocas se caracterizam por revelar conflitos de ordem política, econômica, social e religiosa.
No Brasil ainda tem registros da arte barroca, como por exemplo as esculturas de Aleijadinho, os sermões do Padre Antônio Vieira e as poesias de Dom Francisco Manuel de Melo.